No segundo dia das XXVI Jornadas de Educação Ambiental da ASPEA, foram realizadas visitas locais no âmbito da educação ambiental como processo (trans) formador para a construção de eco comunidades.
A visita ao Parque Florestal de Monsanto foi orientada por três colaboradoras deste espaço (Cristina Brito, Helena Ramos e Sandra Silva), criado em 1935 pelo engenheiro Duarte Pacheco e que contém, hoje, 900 hectares. Esta decorreu na zona de biodiversidade destinada à educação ambiental, onde se podem observar várias espécies de animais e vegetais. Ficamos também a conhecer a “FITO-ETAR”, uma ETAR biológica que usa o relevo do terreno e processos naturais, como a gradagem e a decantação primária, para o tratamento das águas residuais, assegurando a sua qualidade.
Nesta área silvestre, onde a intervenção humana é mínima, é possível desenvolver projectos associados aos planos curriculares dos alunos, como por exemplo, oficinas de participação, aulas ao ar livre e projectos de hortas, combinando o lazer e a aprendizagem de modo a criar um espaço multidisciplinar. Desta maneira, o Parque Florestal procura apoiar medidas de preservação do ambiente que possam ser implementadas no nosso quotidiano.
Na visita feita à Quinta Pedagógica dos Olivais os participantes tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o interior da quinta, visitando os animais, a horta, a doçaria, a famosa árvore da “chucha” (onde quem passa por ali pode deixar uma chupeta), a padaria (tiveram, ainda, como brinde um pão misturado com dois tipos de farinha- uma das especialidades da quinta) e a cozinha, onde os alunos podem aprender alguns truques de culinária da antiguidade. A visita permitiu que se percebesse a boa relação que existe entre a quinta e a comunidade, especialmente com as escolas.
Uma outra visita, também com um forte carácter pedagógico, foi à "Germinação do banco de sementes", na Escola Josefa de Óbidos. Esta visita contou com a orientação de professores e dinamizadores do projeto em causa, assim como de alunos do 6° ano que participaram na iniciativa. Foram apresentadas aos participantes da visita as hortas escolares construídas pelos alunos, assim como os materiais utilizados no desenvolvimento e exposição das matérias relacionadas com a reprodução e crescimento das plantas. Para a maioria dos visitantes, o momento chave foi quando a Margarida (aluna participante no projecto) partilhou o seu testemunho de alegria por ter colocado as mãos na terra ao construir aquela horta. A visita terminou com um desafio proposto aos presentes, de adotarem sementes através do banco de sementes e de se comprometerem a tomar conta delas. Foram também oferecidas sementes de manjericão aos participantes, que, certamente, irão dar lugar a uma próspera e saudável planta!
A “Rota das Hortas Urbanas” dos Olivais levou os seus participantes a conhecer um pouco melhor quais os lugares destinados à agricultura urbana nesta freguesia. Um dos participantes referiu o facto de, embora já morar aqui há 20 anos, apenas agora ter conhecido muitos dos sítios visitados.
No geral, todas as visitas tiveram como objetivo demonstrar o melhor da educação ambiental que se faz em Lisboa, e inspirar os participantes a criar e apoiar iniciativas semelhantes.
Artigo redigido por Ana Sofia Henriques, Carolina Santos, Carolina Vidal e Núria Rodrigues